Inaugurado esta semana, Ninita presta homenagem à bisavó do chef

Por Rafael Rocha

Um dos mais celebrados nomes da comida feita em Minas Gerais, o chef Léo Paixão tem inquietude nas veias. Não bastasse o sucesso que suas lives fizeram nas redes sociais ao longo da pandemia e a correria em administrar um bar, um restaurante e uma hamburgueria, ele ainda consegue tempo para participar de reality show. Incansável, agora Léo inaugura mais uma de suas sempre aguardadas novidades.

Trata-se do Ninita, seu mais novo restaurante, cujas portas abriram nesta semana no bairro de Lourdes, região Centro-Sul da capital mineira, bem ao lado do premiado Glouton, seu primogênito.

Se no Glouton o cozinheiro fez fama com pratos que utilizam técnicas francesas e ingredientes locais, desta vez a mente inventiva do chef está voltada para as interseções da comida mineira de roça com a gastronomia italiana. Essa é a base de inspiração das criações do menu do novo restaurante, batizado com o nome da bisavó do chef. “O Ninita é o Glouton virado para a Itália, e o Glouton é o Ninita virado para a França. Os restaurantes se comunicam”, afirma Léo.

O menu

As propostas são convidativas e colocam no mesmo prato ingredientes de Minas e da Itália. Caso, por exemplo, do tortelli de queijo do Giovanna, de Governador Valadares, com batata-doce e manteiga de sálvia, que recebe a companhia de grana padano e maria-gondó, a folha às vezes esquecida pelos cozinheiros profissionais. Outro prato promissor é a costela bovina feita na brasa, que chega com risoni de caldo de mocotó e jabuticaba. Para o chef, a polenta cremosa de queijo meia cura com ragu de galinha à moda pinga e frita, quiabo e ora-pro-nóbis resume bem a proposta da casa. “Cada vez mais as pessoas buscam identificação com sua própria origem, e isso acaba aumentando a demanda”, acredita o cozinheiro.

Para apetites menores, a lista de entradas apresenta a ciabatta de fubá como base da brusqueta de abobrinha, menta e tapenade. Já a torrada feita de broa de angu recebe o crostini de queijo de cabra, abóbora caramelizada no melado com balsâmico, cebola tostada e sálvia.

O casamento ítalo-mineiro segue nas sobremesas, com a panna cotta de doce de leite com creme de banana e cachaça acompanhada por paçoca, ou no ‘tiramisù’ de bombocado com creme de queijo Canastra e chocolate mineiro.

Para compor o cardápio com essa interessante série de pratos, Léo Paixão informa que tentou agregar seu gosto pessoal com impulsos conceituais. “Envolve o que eu acho gostoso, com questão comercial e também algo que se possa pagar”, explica.

Equipe afiada e capricho na decoração

Um bar que investe em coquetéis, uma equipe sintonizada e decoração feita com perícia. Esses são alguns dos outros trunfos que o Ninita pretende exibir à freguesia.

Entusiasta de arquitetura, Léo Paixão sempre faz questão de participar ativamente da decoração de suas casas gastronômicas. No Ninita, ele enviou suas recomendações a Cristiano Sá Motta, arquiteto com projetos em vários restaurantes. “Eu me envolvo profundamente na decoração. O Cristiano é meu amigo do coração, fazemos a quatro mãos. Ele cria a história e eu acabo ajudando a dar uma bordada”, diz o chef. Uma queijeira vinda de antiquário e uma estante de cerâmicas são dois itens destacados por ele.

Um chef de sucesso precisa de uma brigada comprometida e organizada. Nesse sentido, o segredo de Léo Paixão tem nome e sobrenome: chama-se Andreza Luisa, que atualmente é chef-executiva tanto do Ninita, quanto do Glouton. “É ela quem manda nos dois restaurantes. É uma cozinheira como eu nunca vi igual”, elogia Léo.

O Ninita começa servido jantar de terça a sábado, e almoço aos domingos. A previsão é que em breve a casa também invista no almoço de segunda a segunda.

Serviço:

Restaurante Ninita
Rua Bárbara Heliodora, 71, Lourdes, (31) 3292-4237