Festival gastronômico em BH coloca o pirarucu no centro da mesa
Evento ocorre de 25 de março a 10 de abril e reúne 50 restaurantes em torno do peixe amazônico
Rafael Rocha
Belo Horizonte recebe um festival gastronômico centrado na figura do pirarucu, o majestoso peixe da região amazônica que já esteve ameaçado de extinção. A celebração em torno do pescado ocorre em 50 restaurantes da capital mineira entre os dias 25 de março e 10 de abril. A lista completa dos participantes você encontra aqui.
Intitulado “Gosto da Amazônia”, o festival é uma oportunidade rara de ter acesso ao ingrediente de qualidade e sustentável, preparado em receitas criativas que os chefs mineiros foram instados a criar. Caso do pirarucu com crosta de castanha-do-pará e salada de quinoa com tucupi preto, receita do chef Cristóvão Laruça no Beco, em Santa Tereza. No Sion, o Calóm Comidaria, do chef Juliano Caldeira, serve o medalhão de barriga de pirarucu envolto no bacon, acompanhado por molho cítrico de caldo de peixe e batatinhas enroladas com queijo defumado.
No quesito criatividade, destaque para A Casa de Agnes, no bairro Santo Antônio, que apresenta o pirarucu antropofágico. O prato consiste em dois cortes do peixe, um curado servido como sushi e outro sousvidado, enrolado na taioba, espuma de tucupi e mini milho. Outra criação que chama atenção é a do chef Djalma Victor. Trata-se da barriga de pirarucu com mil folhas de palmito, pirão amazônico e dashi de tucupi, receita do Osso, no Vale do Sereno, em Nova Lima.
Também participam do festival as casas gastronômicas dos principais chefs da cidade, como Léo Paixão, Flávio Trombino, Caio Soter, Bruna Martins, Caetano Sobrinho, Henrique Gilberto, Rodrigo Fonseca, Marise Rache, Juliana Duarte e Guilherme Melo.
Preservação e sustentabilidade
Um trabalho exemplar de preservação do pirarucu vem surtindo efeito na Amazônia. Considerado um dos maiores em águas doces do mundo – cada um pode atingir 3 metros e pesar até 200 quilos, o peixe já esteve ameaçado de extinção, lá nos idos da década de 1990. Medidas de proteção foram implementadas e atualmente a existência do pirarucu está garantida.
Graças a esse trabalho, é possível realizar o festival, intitulado Gosto da Amazônia, que já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, e ainda irá pousar em outras cidades.
O manejo do pirarucu começou a ser implementado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Atualmente a pesca é sustentável e controlada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O chamado manejo comunitário só pode ser feito por populações tradicionais da Amazônia em Unidades de Conservação, em terras indígenas ou em territórios com liberação do órgão ambiental. É isso que tem garantido não somente a sobrevivência da espécie, como também a soberania alimentar e renda aos indígenas e povos tradicionais da região. ” O evento torna conhecido o pirarucu, e o público está contribuindo tanto para a conservação dos recursos naturais da Amazônia, como também para melhorar a qualidade de vida daquelas pessoas que fazem esse produto acontecer”, explica Adevaldo Dias, da Asproc (Associação dos Produtores Rurais de Caruari).
SERVIÇO:
Festival Gosto da Amazônia
Data: de 25 de março a 10 de abril de 2022
Restaurantes participantes:
Arnaldo – Restaurante Escola
Beco
Birosca S2
Bitaca Capetinga
Cabernet Butiquim
Caê
Calóm Comidaria
Cantina Piacenza
Capitão Leitão
Caravela
Casa Cheia
Casa da Agnes
Chico Dedê
Costelaria Monjardim
Cozinha Santo Antônio
Cozinha Tupis
D’Artagnan
Dona Fulô
Dorsé
Iracema
Kuru
La Palma
Matula Cozinha
Nicolau
Ninita
Noca
Nonna Carmela
Nuúu Restaurante
O Jardim
Omilía
Osso
Padú
Restaurante Peixe Frito
Pobre Juan
Porcão
Querida Jacinta
Restaurante do Peixe
Restaurante Paladino
Roça Capital
Slod Experience
Taberna Baltazar
Taste-Vin
Turi
Udon
Villa Monjardim
Xapuri
- 22/03/2022
- 1280
- Notícias
- 0 comentários
Adicionar comentário