Bela Gil é uma das atrações do Fartura em Inhotim

Evento Fartura em Inhotim conta ainda com chefs das regiões Norte e Centro-Oeste, além de nomes mineiros; receitas típicas serão apresentadas, tendo a sustentabilidade como eixo central

Rafael Rocha

 

Bela Gil, atração do Fartura em Inhotim, apoiada no balcão do seu restaurante
Bela Gil vai cozinhar ao lado da mineira Juliana Duarte. Crédito: Instagram/Divulgação

Relevantes nomes da gastronomia mineira e brasileira irão preparar suas criações em um dos maiores museus em área aberta do mundo. No próximo sábado (30 de setembro) e domingo (1 de outubro), ocorre a segunda edição do Fartura em Inhotim, situado em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os ingressos custam R$ 50 (meia-entrada). Quem estiver no museu tem acesso gratuito.

A escolha da curadoria foi seguir caminhos da cozinha originária brasileira, percorrendo trajetos que vão da Amazônia a Minas Gerais. “Fomos beber nas águas amazônicas. Estamos trazendo chefs e cozinheiros que trabalham com as riquezas das matas, com as histórias e tradições tanto indígenas, quanto ribeirinhas. Falar sobre ingredientes e técnicas brasileiras na sua essência e que, muitos de nós, desconhecemos”, comenta Carolina Daher, que divide a curadoria com Morena Leite.

Destaques do Fartura em Inhotim

A primeira edição do evento em Inhotim ocorreu em 2022 e teve programação e desdobramentos interessantes, como o debate sobre a internacionalização da gastronomia brasileira, ação realizada em parceria com o Ministério das Relações Exteriores.
Desta vez, a organização afirma apostar na sustentabilidade como eixo. Para isso, convidou cozinheiros vindos de outros cantos, como Pará, Amazonas e Mato Grosso. No sábado (30/9), o chef Paulo Anijar (Santa Chicória, Belém, PA) faz um peixe à casaca, receita nortista tradicional. Ele é seguido por Débora Shornik, que ensina o preparo do chibé, prato amazonense originária do povo Tupi, feito com farinha de mandioca do uarini, água, camarão, tucupi agridoce e outros condimentos. Ela é chef do restaurante Caxiri – Cozinha Amazônica, em Manaus.

Débora Shornik segurando uma planta
A chef Débora Shornik vai ensinar o preparo do chibé, prato amazonense originária do povo Tupi. Crédito: Instagram/Divulgação

Pedro Barbosa, mineiro de Paracatu que participou do reality show Mestre do Sabor, da Rede Globo, traz seu olhar contemporâneo para a cozinha de Minas Gerais ao mostrar a costelinha na cerveja cozida em baixa temperatura com broa de milho e farofa de torresmo.

Em seguida, uma dupla que tem tudo para ser harmônica ocupa a cozinha ao vivo. A cozinheira Ju Duarte (Cozinha Santo Antônio, Belo Horizonte) divide as panelas com a midiática Bela Gil (Camélia Òdòdó e Canal GNT, São Paulo, SP). Juntas, elas fazem um arroz de primavera, que leva arroz vermelho, legumes e flores.

A exposição de sabores nortistas continua no domingo (1º/10), quando o cozinheiro de raiz amazônica Leo Modesto, que também passou pelo Mestre do Sabor, prepara uma receita com frutos do mangue, tucupi preto e jambu com beiju. Junto dele estará a cozinheira indígena Kamirrã Waurá.

Chefs mineiros

Os mineiros chegam à tarde. Às 12h30, a chef Mariana Gontijo (Roça Grande, Belo Horizonte, MG) demonstra sua moqueca de camarão com cajuí, também conhecido como cajuzinho-do-cerrado.

“Isso não é um risoto” é o nome da próxima receita, proposta de Caio Soter (Pacato), outro nome de relevo no cenário gastronômico em Minas Gerais. O prato reúne milho verde puxado na manteiga de garrafa com carne de sol, abóbora, pequi e taioba. 

Cristóvão Laruça (Caravela), português com sotaque mineiro, encerra o evento ao lado de António Galapito (Prado Restaurante, Lisboa, Portugal). Eles fazem um arroz de cabidela.

Mariana Gontijo na frente de uma multidão
A chef Mariana Gontijo prepara uma moqueca de camarão com cajuí, também conhecido como cajuzinho-do-cerrado. Crédito: Instagram/Divulgação

Uma boa sequência de palestras também será ofertada ao público. Entre os temas abordados, debate sobre a comida indígena em suas diversas versões étnicas e a comida ribeirinha; como fazer com que o Brasil conheça as riquezas da Amazônia; mandioca e seus subprodutos; relação das cozinhas mineira e portuguesa; comer com as mãos: paçoca e capitão.
O evento será realizado no espaço da obra externa Invenção da cor, penetrável Magic Square #5, De Luxe (1977), de Hélio Oiticica, onde a gastronomia terá interação com a obra do artista. Haverá local para aulas, exposição de pequenos produtores e programação musical. A lista com todas as atrações está disponível em farturabrasil.com.br

SERVIÇO: Festival Fartura em Inhotim

Quando: 30 de setembro e 1° de outubro, das 10h às 17h

Local: Instituto Inhotim (Rua B, 20, Inhotim – Brumadinho, MG)Ingressos: R$ 50,00 (meia-entrada)

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